Quando conduz, precisa de ajustar a velocidade em função do contexto em que está — e é através da caixa de velocidades que aumenta e diminui a velocidade do veículo. Mas, como sabe, essa caixa não trabalha sozinha.
A mudança de velocidades só acontece quando pressiona o pedal da embraiagem. Nesse momento, o disco de embraiagem separa-se do volante motor. Essa separação, por sua vez, permite a mudança de velocidades.
Tudo isto só acontece porque, a pressão que exerce, faz desligar o motor da transmissão — eliminando a força nas rodas motrizes.
Mas a função da embraiagem não fica por aqui.
Embraiagem: o que faz, como e os tipos que existem
A embraiagem é constituída por 3 peças:
- Disco de embraiagem: feito de aço, é a peça que transmite a potência do motor às rodas do seu veículo — passando, em primeiro lugar, pela caixa de velocidades;
- Prato de pressão: provoca a fricção do disco de embraiagem contra o volante do motor, evitando que as duas superfícies deslizem entre si;
- Rolamento de encosto: conduz a força que exerce no pedal da embraiagem para embraiar ou desembraiar.
As 3 peças, em conjunto, transmitem as rotações do motor às mudanças da caixa de velocidades do seu veículo — o que não acontece nos carros automáticos, onde não precisa de engatar uma velocidade noutra.
Os tipos de embraiagem que existem
Os tipos de embraiagem mais comuns são:
- Embraiagem de fricção mecânica ou acionamento por cabo: o sistema mais simples. Neste caso, o pedal da embraiagem está conectado ao conjunto da embraiagem por um cabo de aço. Quando pressiona o pedal, o cabo move-se e, por sua vez, aciona o rolamento de desengate da embraiagem;
- Embraiagem hidráulica: funciona como uma embraiagem automática, que se encontra entre a caixa de velocidades e o motor do carro. Permite que o motor transmita o seu torque (ou seja, a força) quando atinge uma certa velocidade de rotação.
Desgaste da embraiagem: como identificar e evitar problemas
Conduz com todo o cuidado? Preocupa-se em circular devagar e faz a manutenção do carro regularmente?
Boas notícias!
Mas, infelizmente, isso não chega para prevenir o desgaste do pedal da embraiagem. Há (muitos) mais fatores que não dependem de si e que, aos poucos, desgastam esta componente, tais como:
- Condução maioritariamente citadina, onde o “para-arranca” é uma constante;
- Condução em percursos com muitas subidas;
- Condução com várias paragens (como acontece em semáforos ou sinais STOP);
- Engarrafamentos;
- Excesso de carga transportada.
Ao evitar estas situações (tanto quanto possível), contribui para a maior longevidade da embraiagem. E, por consequência, evita os problemas mais comuns.
Os 5 problemas mais comuns da embraiagem
Agora que sabe as situações que mais contribuem para o desgaste desta componente, conheça os problemas mais comuns. Se os identificar antecipadamente, evita (várias) visitas ao mecânico e, por consequência, despesas desnecessárias.
1. Pedal de embraiagem pesado
Normalmente, este é o primeiro problema a aparecer, e o mais comum. O pedal fica muito pesado, fazendo com que tenha de exercer mais pressão para o acionar. Também é normal que, nestes casos, sinta dificuldade em engatar uma velocidade — pela força em excesso que faz no pedal.
2. Dificuldade em subir pisos inclinados
Se um veículo tem a embraiagem danificada, é muito difícil que consiga subir uma rua inclinada quando engata a velocidade seguinte.
3. Trepidações
Se, quando engata uma velocidade, o carro trepida, é provável que a embraiagem esteja desgastada. As trepidações acontecem quando o disco e o prato de pressão não se unem como deveriam. A falta dessa união faz com que choquem muitas vezes irregularmente.
4. Sensação de condução “escorregadia”
Acontece muitas vezes na autoestrada. Quando muda de velocidade, a rotação do motor sobe, mas não aumenta a velocidade do carro. Isto acontece pela falta de atrito entre o disco e o prato de pressão.
5. Dificuldade em engatar velocidades
Quer saber se está na hora de substituir uma embraiagem pesada? Basta engatar a marcha-atrás.
Faça este teste: engate a marcha-atrás e tente perceber se, o movimento, “arranha”. Engate novamente a primeira e veja se persiste.
Sim? Então, é sinal de que deve visitar o seu mecânico.
A maioria dos problemas com o pedal de embraiagem pode ser evitada. Só precisa de prestar toda a atenção possível e garantir que todas as manutenções e revisões estão em dia.
Basta uma componente estar desgastada para danificar todo o sistema de embraiagem — que pode, em pouco tempo, danificar outras peças do veículo.
Quando é que a embraiagem deve ser trocada?
Não existe um momento exato para a substituição da embraiagem. Pode ter de trocá-la aos 5.000 km ou aos 300.000 km. Tudo depende do seu tipo de condução e se, até à data, detetou algum dos problemas abordados.
Ainda assim, recomenda-se que substitua esta componente algures entre os 150.000 km e os 200.000 km.
4 recomendações para protegem a embraiagem do seu carro
Nada como prevenir, certo? Evitar gastos maiores e dores de cabeça deve ser uma prioridade, por isso tenha estas recomendações em atenção:
- Não solte a embraiagem bruscamente quando muda de velocidade;
- Arranque o veículo sempre na primeira velocidade;
- Não mantenha o pé no pedal da embraiagem se não está a usá-la;
- Quando parar, coloque a engrenagem num ponto neutro — o conhecido “ponto-morto”.
Previna problemas graves e gastos maiores, e escolha sempre uma condução segura. O seu carro beneficia e a sua segurança também.