5 problemas comuns da embraiagem: por que acontecem e como evitar

Quando conduz, precisa de ajustar a velocidade em função do contexto em que está — e é através da caixa de velocidades que aumenta e diminui a velocidade do veículo. Mas, como sabe, essa caixa não trabalha sozinha.

A mudança de velocidades só acontece quando pressiona o pedal da embraiagem. Nesse momento, o disco de embraiagem separa-se do volante motor. Essa separação, por sua vez, permite a mudança de velocidades.

Tudo isto só acontece porque, a pressão que exerce, faz desligar o motor da transmissão — eliminando a força nas rodas motrizes.

Mas a função da embraiagem não fica por aqui.

Pormenor de um volante e pedais de um carro, incluindo o de embraiagem

Embraiagem: o que faz, como e os tipos que existem

A embraiagem é constituída por 3 peças:

  • Disco de embraiagem: feito de aço, é a peça que transmite a potência do motor às rodas do seu veículo — passando, em primeiro lugar, pela caixa de velocidades;
  • Prato de pressão: provoca a fricção do disco de embraiagem contra o volante do motor, evitando que as duas superfícies deslizem entre si;
  • Rolamento de encosto: conduz a força que exerce no pedal da embraiagem para embraiar ou desembraiar.

As 3 peças, em conjunto, transmitem as rotações do motor às mudanças da caixa de velocidades do seu veículo — o que não acontece nos carros automáticos, onde não precisa de engatar uma velocidade noutra.

Os tipos de embraiagem que existem

Os tipos de embraiagem mais comuns são:

  • Embraiagem de fricção mecânica ou acionamento por cabo: o sistema mais simples. Neste caso, o pedal da embraiagem está conectado ao conjunto da embraiagem por um cabo de aço. Quando pressiona o pedal, o cabo move-se e, por sua vez, aciona o rolamento de desengate da embraiagem;
  • Embraiagem hidráulica: funciona como uma embraiagem automática, que se encontra entre a caixa de velocidades e o motor do carro. Permite que o motor transmita o seu torque (ou seja, a força) quando atinge uma certa velocidade de rotação.

Desgaste da embraiagem: como identificar e evitar problemas

Conduz com todo o cuidado? Preocupa-se em circular devagar e faz a manutenção do carro regularmente?

Boas notícias!

Mas, infelizmente, isso não chega para prevenir o desgaste do pedal da embraiagem. Há (muitos) mais fatores que não dependem de si e que, aos poucos, desgastam esta componente, tais como:

  • Condução maioritariamente citadina, onde o “para-arranca” é uma constante;
  • Condução em percursos com muitas subidas;
  • Condução com várias paragens (como acontece em semáforos ou sinais STOP);
  • Engarrafamentos;
  • Excesso de carga transportada.

Ao evitar estas situações (tanto quanto possível), contribui para a maior longevidade da embraiagem. E, por consequência, evita os problemas mais comuns.

Pedais de aceleração, travagem e embraiagem de um carro manual

Os 5 problemas mais comuns da embraiagem

Agora que sabe as situações que mais contribuem para o desgaste desta componente, conheça os problemas mais comuns. Se os identificar antecipadamente, evita (várias) visitas ao mecânico e, por consequência, despesas desnecessárias.

1. Pedal de embraiagem pesado

Normalmente, este é o primeiro problema a aparecer, e o mais comum. O pedal fica muito pesado, fazendo com que tenha de exercer mais pressão para o acionar. Também é normal que, nestes casos, sinta dificuldade em engatar uma velocidade — pela força em excesso que faz no pedal.

2. Dificuldade em subir pisos inclinados

Se um veículo tem a embraiagem danificada, é muito difícil que consiga subir uma rua inclinada quando engata a velocidade seguinte.

3. Trepidações

Se, quando engata uma velocidade, o carro trepida, é provável que a embraiagem esteja desgastada. As trepidações acontecem quando o disco e o prato de pressão não se unem como deveriam. A falta dessa união faz com que choquem muitas vezes irregularmente.

4. Sensação de condução “escorregadia”

Acontece muitas vezes na autoestrada. Quando muda de velocidade, a rotação do motor sobe, mas não aumenta a velocidade do carro. Isto acontece pela falta de atrito entre o disco e o prato de pressão.

5. Dificuldade em engatar velocidades

Quer saber se está na hora de substituir uma embraiagem pesada? Basta engatar a marcha-atrás.

Faça este teste: engate a marcha-atrás e tente perceber se, o movimento, “arranha”. Engate novamente a primeira e veja se persiste.

Sim? Então, é sinal de que deve visitar o seu mecânico.

A maioria dos problemas com o pedal de embraiagem pode ser evitada. Só precisa de prestar toda a atenção possível e garantir que todas as manutenções e revisões estão em dia.

Basta uma componente estar desgastada para danificar todo o sistema de embraiagem — que pode, em pouco tempo, danificar outras peças do veículo.

Quando é que a embraiagem deve ser trocada?

Não existe um momento exato para a substituição da embraiagem. Pode ter de trocá-la aos 5.000 km ou aos 300.000 km. Tudo depende do seu tipo de condução e se, até à data, detetou algum dos problemas abordados.

Ainda assim, recomenda-se que substitua esta componente algures entre os 150.000 km e os 200.000 km.

4 recomendações para protegem a embraiagem do seu carro

Nada como prevenir, certo? Evitar gastos maiores e dores de cabeça deve ser uma prioridade, por isso tenha estas recomendações em atenção:

  1. Não solte a embraiagem bruscamente quando muda de velocidade;
  2. Arranque o veículo sempre na primeira velocidade;
  3. Não mantenha o pé no pedal da embraiagem se não está a usá-la;
  4. Quando parar, coloque a engrenagem num ponto neutro — o conhecido “ponto-morto”.

Previna problemas graves e gastos maiores, e escolha sempre uma condução segura. O seu carro beneficia e a sua segurança também.