Falar sobre a segurança num veículo é tema que ocupa um dia inteiro. A preocupação dos fabricantes automóveis passa por continuar a inovar os seus produtos — incluir sistemas mais e-tech e motores amigos do ambiente, cada vez mais eficientes. Os discos de travão e os travões de tambor fazem, também, parte desta discussão.
Temos de falar de ambos se queremos reduzir o número de acidentes e de mortes na estrada. Para isso, é fundamental centrar a discussão em 2 tipos de travões essenciais: os travões de disco e os travões de tambor.
Conheça agora as diferenças que os separam, assim como as principais vantagens e desvantagens de ambos.
Discos de travão e de tambor: as vantagens, desvantagens e diferenças
Sim, são diferentes (como já terá percebido). E, como são tão importantes para a segurança do veículo, importa conhecer os pontos-chave que os distinguem.
Travões de disco
Travões de disco ou discos de travão, como também são conhecidos. Estes são os travões mais modernos e usados (praticamente) em todos os carros que vê na estrada.
Falamos, por isso, de um sistema mais eficiente quando comparado com o dos travões de tambor.
Estes travões são constituídos por um disco, que fica preso ao cubo da roda; pastilhas de travão e pistões. Para funcionar, o disco é comprimido pelas pastilhas dos travões que, por sua vez, geram o atrito necessário para travar o carro.
Ora, quanto maior o uso, maior o desgaste das pastilhas. Por isso, deve sempre ter em atenção o mínimo de espessura obrigatório, e trocá-los sempre que esse valor é ultrapassado (que varia de fabricante para fabricante).
Como funcionam os discos de travões
O condutor pressiona o pedal de travagem que, por sua vez, chega à bomba hidráulica associada ao pedal; esta, depois, aciona os pistões com líquido de travões — responsáveis por empurrarem as pastilhas de travão contra o disco.
O atrito criado reduz, assim, a velocidade do carro.
Mas, apesar de ser o sistema de travagem mais usado, também tem as suas desvantagens.
Discos de travão: vantagens e desvantagens
Nos pontos positivos:
- Há maior dissipação do calor, porque há mais exposição ao ar;
- Como é um sistema aberto, não existe acumulação de sujidade;
- Resiste melhor a altas temperaturas, geradas pela fricção;
- As pinças distribuem a pressão, por inteiro, pelas pastilhas (que se desgastam menos);
- Maior facilidade de montagem e manutenção.
Como pontos negativos, destacamos:
- Maior exposição à sujidade e detritos (como poeiras, lama e pedras), que podem danificar algum componente (a ser substituído mais tarde);
- Os componentes são mais caros que os componentes dos travões de tambor;
- Como é um sistema mais exposto a fatores externos, a longo prazo pode precisar de mais intervenção mecânica (por isso é que a manutenção do carro é tão importante).
Travões de tambor
Estes travões são mais antigos que os travões de disco. Falamos de um sistema de travagem mais rudimentar, mas que ainda é usado — sobretudo no eixo traseiro de alguns carros e camiões.
A produção é mais barata e, a travagem que asseguram, continua a ser eficaz.
Os travões de tambor têm mais peças, como o tambor, o cilindro, o sistema de fricção e as molas. Em contrapartida, são mais difíceis de reparar.
Como funcionam os travões de tambor?
O sistema de travagem dos travões de tambor é idêntico ao dos travões de disco, já que ambos usam calços.
Por isso, quando o condutor pressiona o pedal de travagem, os calços são acionados e exercem pressão contra o tambor — provocando a travagem do carro.
Travões de tambor: vantagens e desvantagens
Os pontos positivos são:
- A resistência, porque são travões mais rígidos — daí serem muito usados em camiões;
- O custo de manutenção e reparação é mais baixo que o dos discos de travão.
Como pontos mais negativos, destacamos:
- Como o veículo é travado pelo atrito criado entre calços e tambor, isso pode gerar o sobreaquecimento dos travões, que podem deixar de travar por completo;
- É um sistema fechado, portanto há menor dissipação de calor e mais acumulação de sujidade.
Os travões de disco e de tambor são assim tão diferentes?
De forma geral, o sistema de travagem de ambos é idêntico.
A diferença está na composição. Cada sistema tem componentes diferentes, mesmo que ambos criem, à sua maneira, o atrito necessário para travar um veículo.
Ainda assim, os discos de travão são bem mais complexos que os travões de tambor. Aliás, existem 5 tipos que deve conhecer.
1. Discos de travão lisos
Como o nome indica, os discos lisos não são perfurados. Além disso, incluem uma superfície de contacto para as pastilhas de travão atuarem, sem comprometerem a resistência. Em contrapartida, não conseguem escoar a água e sujidade acumuladas — que, a temperaturas elevadas, podem danificar o sistema.
2. Discos de travão ventilados
Neste caso, existem 2 discos unidos, com um espaçamento entre eles. São discos lisos, mas a dissipação de calor acontece entre as faces dos mesmos.
3. Discos de travão perfurados
São discos muito usados em carros desportivos. Como são perfurados, facilitam o escoamento da água e permitem que a sujidade não fique presa aos discos. Os furos garantem o aumento de atrito quando chove.
4. Discos de travão com fendas
São discos que, na sua superfície, têm pequenas linhas “ranhuradas”. Estas linhas permitem escoar o excesso de água e não comprometem o atrito desejado pelas pastilhas de travão.
5. Discos de travão cerâmicos
São os discos de travão mais caros, normalmente usados em carros de alta competição — como os da Fórmula 1 e os carros superdesportivos.
São feitos em carbono e cerâmica, e têm maior resistência a altas temperaturas. São os discos mais leves e param, em poucos metros, até os carros que circulam a alta velocidade.
De facto, existem algumas diferenças entre os discos de travão e os travões de tambor — mesmo que ambos tenham vantagens e desvantagens.
Mas, independentemente do tipo de travões que o seu carro tem, garanta sempre que funciona nas suas perfeitas capacidades. A segurança está em primeiro lugar, e o sistema de travagem influencia tudo na sua forma de conduzir.